Em Nova Olinda do Maranhão, uma grave situação tem afetado os servidores públicos, especialmente os professores: salários achatados e perdas financeiras significativas ao longo dos anos. A denúncia, feita por representantes do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Maranhão (Sinproesemma), aponta que a gestão municipal não tem pago corretamente o piso nacional do magistério, prejudicando o poder de compra e a qualidade de vida dos profissionais da educação.
A "Manobra" da Gestão Municipal
Segundo a denúncia, a prefeitura utiliza uma estratégia que consiste em pegar a tabela salarial de anos anteriores e aplicar um reajuste, sem considerar a atualização correta do piso nacional. Essa prática, que já ocorria na gestão da ex-prefeita Iracy Weba, continua sendo adotada pelo atual prefeito, Ary Menezes.
Perdas Acumuladas e Impacto Financeiro
O resultado dessa política salarial é devastador para os servidores. Nos últimos anos, a maioria dos professores não tem recebido o salário atualizado, o que afeta diretamente o nível, a classe, as progressões na carreira e as titulações. As perdas acumuladas chegam a valores alarmantes, ultrapassando os R$ 20 mil por servidor. No ano passado, as perdas individuais foram ainda maiores, atingindo a casa dos R$ 30 mil.
Distorções em 2025: Um Salário Base Aquém do Piso Nacional
Para o ano de 2025, a situação se agrava ainda mais. A gestão municipal pegou a tabela salarial de 2022, aplicou o reajuste do ano passado (3,62%) e adicionou o reajuste de 2025 (6,27%). Com isso, o salário do professor, de acordo com a tabela da prefeitura, fica em R$ 2.600.
A discrepância é gritante: o piso salarial em Nova Olinda do Maranhão deveria ser de R$ 3.042 em 2025. A gestão municipal, ao aplicar o reajuste de forma inadequada e não proporcional ao piso nacional, mantém os salários abaixo do valor devido.
Piso Nacional Ignorado e Servidores "Pagando para Trabalhar"?
A denúncia ressalta que o piso nacional do magistério segue um valor superior a R$ 4 mil. Ao fazer a proporção para as 25 horas semanais de Nova Olinda, o salário base de um professor em início de carreira deveria ser de R$ 3.042. No entanto, professores concursados nos anos de 2000, 2003, 2006, 2009 e 2013 vêm perdendo valores significativos mensalmente, chegando a uma situação em que, por ano, "parece que estão pagando para trabalhar".
Enquanto o piso nacional do magistério é de R$ 4.867, em Nova Olinda do Maranhão o salário base não chega a R$ 2.700 para 25 horas semanais.
Luta do Sinproesemma e Busca por Direitos
Diante desse cenário, a luta dos professores e do Sinproesemma se intensifica. A entidade sindical, por meio de seus diretores, vem a público denunciar a situação e buscar soluções para o problema. Já há denúncias protocoladas no Ministério Público e na Justiça, além da busca constante por direitos a cada dia.
A defasagem salarial é grande, e a principal reivindicação dos servidores é a atualização da classe dos professores, não apenas do salário base, mas também do nível. O nível corresponde à progressão na carreira, quando o servidor sai do magistério, estuda, faz uma graduação e passa para uma pós-graduação (nível 1, nível 2, nível 3), podendo chegar até o nível 5, que é um doutorado.
Em Nova Olinda, os servidores estão "parados no tempo" em suas classes. A classe é a progressão do servidor a cada três anos (A, B, C, D), até completar 30 anos de serviço e alcançar a classe J.
Planos de Cargos e Carreiras e Leis Ignoradas
O Sinproesemma reforça que os servidores têm direito ao plano de cargos e carreiras, que garante a progressão na carreira e a valorização profissional. Além disso, o estatuto do servidor do município também respalda esses direitos. A Lei Nacional do Piso Nacional do Magistério, que garante um salário mínimo digno para os profissionais da educação, também é ignorada pela gestão municipal.
Garantia de Direitos e Valorização Profissional
O que os professores de Nova Olinda pedem é a garantia de seus direitos, uma conquista que precisa ser mantida, valorizada e ampliada ano a ano, em consonância com o reajuste nacional. A luta do Sinproesemma, liderada pelo coordenador, professor Gerrá, e toda a sua diretoria, é por um salário justo, que reconheça o trabalho e a dedicação dos profissionais da educação em Nova Olinda do Maranhão.
Diversos servidores municipais tiveram seus salários cortados por perseguição política, gerando indignação entre as categorias afetadas. Entre eles, os professores cobram explicações da Gestão atual, que herdou o problema da Administração passada e ainda não apresentou uma solução definitiva. A situação tem causado revolta e mobilização, com reivindicações por transparência e pelo pagamento dos valores devidos. A justiça já foi acionada. A categoria espera uma resposta urgente. Pois estamos falando de salários atrasados de servidores concursados e contratados.
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