Bolsonaro é nossa guerra, nossa pandemia, e Lula, o atestado de óbito


A cada vez que me debruço sobre números e dados socioeconômicos do País, fico em profundo estado de tristeza. Somado às notícias nada alvissareiras vindas do exterior, aí é que a depressão é mais que garantida.

No início dessa maldita pandemia do novo coronavírus – que não acabou! -, quando nossa abismal fragilidade social e desigualdade inaceitável foram expostas como jamais, cheguei a imaginar algum tipo de mudança estrutural.

Peguei-me pensando: bem, agora governo e sociedade se darão conta de que não dá para continuar assim. Não dá para viver no País do 1% muito mais do que rico, enquanto cerca de 120 milhões não se alimentam adequadamente.

Não dá para viver em condomínio seguro, com álcool em gel e máscara, sem aglomeração, enquanto em barracos de um ou dois cômodos, dezenas de uma mesma família acordam e dormem todos os dias espremidos e desprotegidos.

Ledo engano. Dois anos depois, não só o governo e a sociedade não mudaram uma vírgula, como, a partir de escolhas erradas – e desumanas – deste verdugo que desgoverna o Brasil, a situação piorou de forma assustadoramente dramática.

A covid-19 desarticulou o comércio mundial e trouxe uma pesada inflação a todos os países do globo. No Brasil, porém, o estrago foi – e tem sido – muito maior. Regredimos, no mínimo, 20 anos, graças, exclusivamente, a Jair Bolsonaro.

A guerra na Ucrânia, após a invasão russa, que contou com a solidariedade do devoto da cloroquina, vem aprofundando sobremaneira o desespero de milhões de brasileiros, que já não conseguem mais acesso ao básico do básico.

Em vez de gás de cozinha, fogão à lenha. Em vez de energia elétrica, velas. Em vez de carros e motos, carroça. Em vez de ônibus, caminhada de horas a fio. Em vez de comida decente, pé de galinha e farinha de cactus.

O drama dos mais pobres foi ainda mais agravado após as enchentes de verão, que desabrigaram dezenas de milhares, e a alta do petróleo, energia e trigo, que, juntos, impactam toda a cadeia de consumo humana.

Mas as atitudes – principalmente, a falta delas – desse ajuntamento de incapazes e cruéis governantes, tornou insuportável o que já era absurdamente difícil. Bolsonaro entrará para história como um verdadeiro e merecido pária.

FUTURO


Estudos mundiais começam a prever um tenebroso ciclo de estagflação, o que significa crescimento muito baixo, ou recessão, com alta de preços. Diversas regiões do mundo já se encontram diante deste quadro; o Brasil inclusive.

Vivemos dias de tamanhas incertezas e desorganização comercial, que as semelhanças com o início do século XX não se resumem à pandemia e à guerra. No passado, tal período foi economicamente catastrófico também.

Como se não bastassem tantas más notícias, o cenário eleitoral nos promete mais pólvora na fogueira, pois, ao contrário de um governo preparado e pronto para os imensos desafios, ao que tudo indica, teremos mais do mesmo.

Lula e Bolsonaro serão sempre incapazes de fazer frente às nossas necessidades. Ambos estão e estarão entregues a políticas econômicas esdrúxulas, fisiologismo e corporativismo máximos, e cleptocracia desenfreada.

Um e outro continuarão de joelhos para o maldito Centrão, e de costas para a sociedade. Continuarão privilegiando as castas empresariais e políticas do País, em detrimento dos mais pobres, favorecendo ainda mais a miséria da nação. Como sei? Por que digo isso? Bem, basta olhar para o Brasil, desde 2003.


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